Apenas 2% do território da Caatinga é ocupado por áreas de conservação

Bioma têm sido o menos priorizado em termos de investimentos dentre outros, aponta biólogo Severino Ribeiro

Na Semana do Meio Ambiente, o programa Prosa e Fato tratou sobre a importância da preservação da caatinga, bioma exclusivo do Brasil. Apesar de muitas vezes ser vista como improdutiva por estar em lugares de clima quente e seco, a caatinga possui inúmeras espécies de plantas e mais de 500 espécies de animais.

“Queimar a caatinga é formar mais desertos”, diz especialista em meio ambiente.

A região compreende de 750 mil a 1 milhão de km² – cerca de 10% do território brasileiro, e está presente nos estados do Maranhão, Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Minas Gerais. Mas apenas 2% desse território é ocupado por áreas de conservação, o que mostra o quanto o bioma é pouco valorizado.

Para falar sobre os impactos da destruição deste bioma, a edição do programa entrevistou Severino Ribeiro, presidente do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN) e pós-doutor em Biologia.

Confira os principais trechos:

Distribuição de investimentos para a preservação do bioma

O presidente do CEPAN destaca que a caatinga é um ecossistema que historicamente sempre recebeu poucos investimentos de preservação no âmbito do Governo Federal. “A caatinga é categorizada como ‘o patinho feio dos ecossistemas’”. Segundo ele, existe uma dificuldade de atribuir ao bioma a mesma importância que se dá aos demais.

Além disso, Severino pontua que o protagonismo dos investimentos é dos governos estaduais. “Os estados do Nordeste vem liderando os investimentos das ações de combate a desertificação, de enfrentamento à seca, de restauração e recuperação de áreas degradadas e de criação e ampliação do sistema de áreas protegidas”, explica.

Restauração da Caatinga

Quando se fala sobre conservar o bioma, Severino afirma que a melhor estratégia é manter a caatinga em pé. “A caatinga é um ecossistema frágil. Toda vez que a gente perturba ela, retira da vegetação nativa, a gente abre possibilidades para, por exemplo, o início de um processo muito difícil de restaurar, que é o processo de desertificação”, pontua.

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