Brasil em contraste: como enfrentamos a maior seca e a maior cheia da história simultaneamente
O Brasil tem enfrentado um contraste em relação ao seu cenário hídrico, com a maior cheia e a maior crise hídrica na história dos últimos 100 anos. O Sudeste está enfrentando problemas em relação à estiagem e isso tem gerado grande preocupação para companhias de água e também para o setor de energia elétrica.
O Brasil tem enfrentado um contraste em relação ao seu cenário hídrico, com a maior cheia e a maior crise hídrica na história dos últimos 100 anos. O Sudeste está enfrentando problemas em relação à estiagem e isso tem gerado grande preocupação para companhias de água e também para o setor de energia elétrica. Já no Amazonas, o Rio Negro alcançou a sua maior cheia em 100 anos, o nível de 30 metros (CANAL RURAL, 2021).
Manaus, de outubro de 2020 a maio de 2021, registrou 2.490 milímetros de chuva, sendo 509 milímetros acima do normal. Segundo especialistas, as cheias do Amazonas são decorrentes dos efeitos do La Niña que resulta na maior intensidade da Zona de Convergência Intertropical (CANAL RURAL, 2021).
Já na região Sudeste, entre dezembro de 2020 e maio de 2021, várias cidades receberam 400 milímetros a menos que o normal de chuvas e isso tem maior agravamento pelo período de outono e inverno, quando chove menos. Em maio de 2021 o Sistema Nacional de Meteorologia emitiu um alerta de emergência para a situação hídrica dos Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, e dados divulgados pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) apontaram que, entre setembro de 2020 e março de 2021, as hidrelétricas do Brasil receberam o menor volume de chuvas em 91 anos (G1, 2021). Segundo matéria publicada pela CNN Brasil (2021) “o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), liderado pelo Ministério de Minas e Energia, disse que a escassez de chuvas faz com que seja importante flexibilizar restrições à operação de algumas hidrelétricas, incluindo Jupiá, Porto Primavera e Ilha Solteira, em São Paulo, e Furnas, em Minas Gerais”.
Mas os problemas hídricos, sejam eles relacionados às cheias ou às secas, não são atuais e vivemos esses dramas e seus impactos ano após ano no país.
Algumas das maiores secas registradas no Brasil (SUPERINTERESSANTE, 2014):
1723 – 1727: uma das primeiras grandes secas registradas que atingiu a região Nordeste. Grupos de índios fugiram das serras e invadiram fazendas. Além da seca, uma peste assolou a região no mesmo período, causando uma enorme mortalidade nas populações mais frágeis, especialmente os escravos.
1877 – 1879: seca que atingiu todo o Nordeste, mas especialmente o Ceará, e causou a morte de 500 mil pessoas. O fenômeno também gerou uma grande migração: 120 mil nordestinos fugiram para a Amazônia e 68 mil partiram para outros estados brasileiros.
1934 – 1936: uma das maiores secas enfrentadas pelo Brasil. O longo período de estiagem afetou 9 Estados do Nordeste e os Estados Minas Gerais e São Paulo também sofreram com a falta de chuvas.
2001: essa seca foi um prolongamento do período de seca do final da década de 90, que teve uma trégua em 2000. O Rio São Francisco sofreu com a pior falta de chuvas de sua história, causando uma diminuição drástica do volume de suas águas. Para piorar a situação, a falta de chuvas em todo o Brasil contribuiu para a pior crise energética que o país já viveu, somando a estiagem prolongada à falta de investimentos no setor.
Assim, tanto cheias como escassez de água ocasionam sérios danos. As cheias podem causar danos no sistema urbano com a destruição de estruturas, alagamento de casas e aumento de doenças devido a água contaminada. Já a escassez resulta no racionamento de água e aumento nas contas de água e energia elétrica, sendo que tudo isso tem grande impacto na economia.
FONTE: Instituto Água Sustentável- Site
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